sábado, 16 de janeiro de 2016

A Função cria o Órgão

Posso adotar a tese de que o homem é modelado pelos instrumentos e ferramentas que usa. (VIGOTSKI, L. S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1999).
Prefiro compreender que nem a mente nem a mão podem, isoladamente, ajudar muito. 
Já no tema Administração Pública posso até provar que a Função cria o Órgão, ou seja, falar na mesma linha de que é o treino ou a atividade funcional que permite conceber determinada estrutura corporal.
Na Administração pública a política faz constantes reformas administrativas, alegam que a população necessita de um órgão específico para atender as reivindicações e assim justificam a criação de órgãos baseado no discurso da função. Muitas vezes o próprio órgão resolve se desdobrar criando novos departamentos, até sem justificativas funcionais plausíveis.
Sim, dividem, especializam órgãos e criam-se ministérios. Mas daqui pra frente não sei mais se é o Órgão que cria a função ou inversamente, ou ainda, se a função serve apenas de retórica. 
Vejamos Ministérios (órgãos) inúteis com funções sociais irrelevantes, mas com despesas elevadas.
Por outro lado, temos ministérios que conseguem o inédito, criar a função após seu nascimento, pois foi criado apenas para dar abrigo político aos partidos aliados.
Nos contos antigos sabíamos que a função cria o órgão ou pelo menos aumenta. O Exemplo clássico foi o de Pinóquio que o nariz cresceu de tanto mentir, pois mentir era sua função! Outro ditado dizia que quem cochicha o rabo espicha. Portanto, neste caso a função cria o órgão, o rabo! 
Neste país, os órgãos são criados em alguns casos ante uma mentira, a de prestar serviços essenciais à população. Contudo, poderiam estar perfeitamente inserido dentro de outro para atender a mesma demanda. 
Uns dizem que a girafa tem o pescoço comprido em face da escassez de alimento durante milhares de anos de sua evolução e neste caso a função aumentou o órgão para colher folhas ao alto das árvores. Contudo, a girafa não tem duas cabeças, sendo uma para tomar água e outra para pastar! Portanto, provei (para os meus animais, felino e canino), no sentido de que o Órgão não se perpetua, mas depende da função para se transformar e evoluir. E que um mesmo Órgão pode desempenhar diversas funções.
No entanto, em determinadas ciências, fica mais fácil provar que "a função faz o órgão" do que "o órgão faz a função".
 Inclino-me em pensar que o Órgão e Função surgem juntos, e seu progresso é recíproco, devido a um apoio mútuo do órgão sobre a função que o desenvolve e da função sobre o órgão que a aperfeiçoa. Assim, a consciência não cria a vida, nem a vida cria a consciência, mas ambas trabalham e ajudam-se mutuamente a vir à luz.
Portanto, indaga-se a necessidade de tantos Órgãos (Ministérios e similares) 
Milton Luiz Gazaniga de Oliveira


*O funcionalismo possui diferentes perspectivas de enfoques, sem existir uma abordagem particularmente mais importante ou significativa. Em regra, ele "procura ver as ciências sociais em termos de estruturas, processos e funções, e compreender as relações existentes entre esses componentes. Ele realça que cada elemento de uma cultura ou instituição social tem uma função a desempenhar no sistema mais amplo". KAST, F.; ROSENZWEIG, J. Organização e administração: um enfoque sistêmico. 3. ed. São Paulo: Pioneira, 1987. , p.125.

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