sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Como pensa o Democrata? Difere do autocrata, teocrata, aristocrata, totalista/ditador (I)

Dividirei este tema em três partes, sendo esta a primeira.
Investigar como pensa a pessoa democrata, e por sua vez localizando ou apontando as diferenças com os autocratas, totalistas/ditador, teocratas, aristocratas... Trata-se de uma tarefa complexa, cujo resultado poderá inclinar-se ao mero campo da opinião, uma vez que este investigador não detém o conhecimento especializado na área. Então, já disse anteriormente, seria como “medir o peso da fumaça” sob a incumbência de profissional de área de conhecimento diversa ao da recomendada. Não se deve ignorar o fato de que o amparo interdisciplinar embasado em autores familiarizados ao tema seria o mais correto, assim como o multidisciplinar. Contudo, não estou interessado em obra prima, até pela minha limitação teórica, e por pensar que neste ramo estou mais próximo das inquietações do astrólogo que do cientista das ciências exatas. Observação: Não me aprofundarei em Piaget em seu método construtivista, pois não quero saber sobre o desenvolvimento cognitivo psicogenético. Do mesmo modo, nem Vigotski na relação ou inter-relação entre pensamento e linguagem para o desenvolvimento intelectual. Até descartaria Paulo Freire, pois também não estou interessado em me aprofundar na educação, combatendo a mera transferência de conhecimento do tipo “método bancário”, nem no que a educação produz e o que ela reproduz na continuidade histórica, como processo através do qual se opera no tempo a reprodução do arbitrário cultural como dito por Bourdieu. Portanto, prefiro a simplicidade da opinião e principalmente por estar mais voltado em apreciar a atualidade dos pensamentos das pessoas com o perfil sobre as quais me propus a falar, do que em conhecer as causas, as conseqüências, os seus efeitos, pois os seres humanos que futuramente queremos no âmbito do Estado, até pode ser um problema também meu, mas muito mais do Estado, através de políticas públicas e não caberia neste contexto discutir. Portanto, aqui não se efetua qualquer corte epistemológico da ciência padrão.
Dito isso, passo as considerações, porém, antes cabe alertar que apenas caminho ao lado de Kant, que uns criticam por ser idealista, se é que isso será possível, pelas limitações da capacidade deste emissor.
Adentrando no tema, poderia afirmar de maneira provisória que os sentidos não se enganam, mas não julgam. Num conhecimento que concorde totalmente com as leis do entendimento não existe erro; e numa representação dos sentidos também não existe erro.
A verdade e a ilusão não estão no objeto, mas no juízo sobre ele na medida em que é pensado. (para alguns esta afirmação trata-se de uma visão idealista).
O Entendimento e Sensibilidade formalizam a verdade.
São chamados princípios imanentes aqueles cuja aplicação se mantém absolutamente dentro da experiência possível, e princípios transcendentes quando ultrapassam esses limites ou até ordenam que esses limites sejam ultrapassados, ou seja, indo até ao campo das idéias.
Princípios do entendimento puro devem ter um uso empírico.
O caminho natural do conhecer vai: do sentido, ao entendimento até a razão, esta enquanto abstração mais elevada, possuindo uma faculdade lógica e outra transcendental. 
O sentido quer me parecer caracterizar-se como o mais primário de todos, seguido pelo entendimento, depois vem à razão. Poderíamos tomar como exemplo os animais em que neles encontra-se mais presente os sentidos, tais como o faro, audição, visão, tato, paladar..., e até alguns entendimentos, estes, porém, mais no aspecto comportamental do behaviorismo, condicionamento reflexo, um empirismo enquanto experimentos naturais e primários.
Assim, no conhecimento temos o “entendimento como faculdade das regras” e a “razão como faculdade dos princípios, ou seja, vemos o mundo “filtrado e processado” pela nossa razão.”
Dessa maneira, o conhecimento por princípios se difere do conhecimento por entendimento.
Portanto, temos a razão como unidade das regras do entendimento mediante princípios.
A razão jamais se relaciona imediatamente nem com a experiência nem com qualquer objeto, mas com o entendimento.
A razão busca, mediante raciocínio, reduzir a um número bem pequeno de princípios a grande variedade de conhecimento do entendimento e daí realiza a mais alta unidade. Seria essa unidade a parte formal da lógica?
Então, a razão pura - uma unidade do entendimento.
A um passo a mais, teremos o raciocínio – um juízo que formamos subsumindo sua condição numa regra geral (premissa maior).
As proposições fundamentais que decorrem desse princípio supremo da razão pura serão transcendentes em relação a todos os fenômenos, e não podemos fazer o uso empírico que lhe seja adequado. Já os princípios do entendimento são imanentes, ou seja, completamente da experiência.
Assim sendo, nesse primeiro ensaio nada pude conseguir distinguir, de mais pertinente, sobre as diferenças entre os pensamentos do Democrata, autocrata, totalista/ditadores, teocratas, aristocratas… Talvez para que esse trecho não fique em vão poderia adiantar uma possível distinção, ou seja, de que as pessoas democratas utilizam mais os princípios transcendentes, ou seja, quando ultrapassam a experiência possível ou até ordenam que esses limites sejam ultrapassados, chegando até ao campo das idéias. Já os demais perfis, se utilizam de princípios do entendimento imanentes, aqueles cuja aplicação se mantém absolutamente dentro da experiência possível.
Todavia isso não bastará para conhecer as diferenças entre conhecimento, entendimento e a razão. Então podemos continuar numa busca aos conceitos transcendentes da razão pura, os raciocínios transcendentes e a dialética, enquanto possibilidade de resolução deste dilema tomado como objeto de investigação.
Milton Luiz Gazaniga de Oliveira


“Somente seremos livres quando a qualidade do pensamento democrático se impuser sobre a autoridade das demais ordens.”

Um comentário:

  1. Dividi o assunto em três textos. Confesso a minha grande dificuldade de entender, especialmente de compreender os escritos de Kant. O maior pensador de sua época. Suas obras permanecem atualíssimas.
    Procurei encaixar perfiz das pessoas que denominei para melhor compreender o pensamento dele relativo ao conhecimento, a razão e verdade. Extrai dele o modo ou caminho natural da formação do pensamento, ou seja, do sentido, ao entendimento até a razão, esta enquanto abstração mais elevada, possuindo uma faculdade lógica e outra transcendental.
    Na prática, quando procuramos dar educação aos filhos, deveríamos saber tais regras básicas, até o método de que a escola se utiliza para não cairmos no conto de desastrosos métodos aplicados em detrimento da formação, simples assim!

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