No âmbito da causalidade, as idéias são as
causas originais das coisas, como causas eficientes. (observo que tal
pensamento no plano ideal difere e é criticado pelo materialismo).
Desde já, alerto que as idéias não podem ficar
apenas neste plano, sob pena de tão somente orbitar na mente de um pensador
ocioso. Se esse suposto pensador ocioso possuir inclinações teocráticas,
certamente fará com que os arquétipos fiquem a serviço do Ser Supremo, diante
da crença de que somente Deus teria essas idéias inatas ou arquétipos da
criação! Ao homem bastará seguir tudo o que foi estabelecido, sendo regido
direto pela providência divina ou indiretamente por um representante sacro,
pois a crença e a convicção nele são imutáveis e afeto a permanência, cuja
causa e efeitos está condicionada no Ser Supremo imanente, dono do produto
pronto e acabado na terra e no céu, tanto na sociedade civil como na religião,
não havendo estado laico, mas a providencia divina, e nada mais haveria de
incondicionado a buscar. Exemplos podem ser dados – como que “as cláusulas
pétreas de uma constituição permanecesse eterna” ainda que a nação sucumbisse
na pobreza, fome, crime, corrupção, disfunções de poderes..., e jamais “o rei -
o poder” seria posto em xeque/perigo... Pode-se dar também outro exemplo: Se um
assassino perseguisse meu amigo e este adentrasse em minha casa, escondendo-se,
para livrá-lo desse evento eu deveria mentir ao assassino, dizendo que não
estava em minha casa. No entanto, o dever de dizer a verdade para os perfis
imanentes seria inafastável e o amigo estaria perdido, pois contaria o
esconderijo ao assassino! Contudo para quem compreende a finalidade pensa que o
bem é aquilo que as coisas tendem, mas entre os fins observa-se certa
diversidade, pois alguns são atividades, outros são produtos distintos das
atividades das quais resultam.
Noutras atividades, como nas carreiras
jurídicas, certos perfis pensam na imutabilidade dos produtos, cujas atividades
devem se moldar a esse dom permanente, inclusive nos atributos. Mas esquecem
que os corpos são compostos (até os tribunais devem ser compostos) e que, como
é próprio da democracia, todo o composto é mutável e se os corpos são feitos de
compostos, logo todos os corpos são mutáveis, ainda que essa conclusão se
derive de uma série de raciocínios ou pró-silogismos, e que essa série
ascendente de raciocínios, como objetivo da razão, é elevar-se da síntese
condicionada a qual o entendimento permanece sempre ligado, como não deveria
deixar de ser, para a síntese incondicionada que nunca se pode alcançar, pois
sempre terá algo a mais a se buscar.
Digo também, para afirmar que aquele que fizer uso “apenas” dos conceitos do entendimento que servem para entender (as percepções), não fará o uso dos conceitos racionais que servem para compreender.
Digo também, para afirmar que aquele que fizer uso “apenas” dos conceitos do entendimento que servem para entender (as percepções), não fará o uso dos conceitos racionais que servem para compreender.
Mas vejamos o âmbito das idéias e também o das
coisas ou dos fatos. Em contraposição a Platão ou adotando a postura
substancial, ou ainda mais ao campo do empirismo, Aristóteles dizia que “O fato
é o princípio, ou ponto de partida, e se ele for suficientemente claro para o
ouvinte, não haverá necessidade de explicar por que é assim; o homem que for
bem educado já conhece esses princípios ou pode vir a conhecê-los com
facilidade. Quanto ao que nem os conhece nem é capaz de conhecê-los, que ouça
as palavras de Hesíodo:
“Ótimo é aquele que de si mesmo conhece todas
as coisas; Bom, o que escuta os conselhos dos homens judiciosos. Mas o que por
si não pensa, nem acolhe a sabedoria alheia, Esse é, em verdade, um homem
inteiramente inútil.”
Dando seguimento, o uso transcendental da razão pura, os seus princípios e suas idéias é que darão respostas a influência e validade da razão pura.
A intuição se
refere imediatamente ao objeto e é singular. Já o conceito pode ser empírico ou
puro. Diz-se conceito puro quando tem origem no entendimento e não numa imagem
pura da sensibilidade, podendo ser chamado de noção, ou conceito do
entendimento.
Pois vimos que - há princípios do entendimento imanentes, e princípios transcendentes dados ao entendimento pela razão.
Pois vimos que - há princípios do entendimento imanentes, e princípios transcendentes dados ao entendimento pela razão.
Se invertêssemos este caminho teríamos uma
pessoa que adquire uma espécie de razão antes mesmo que se tenha nela formado o
entendimento... Certamente seria uma pessoa autoritária, autocrata..., pois sua
educação não ocorreu pelo caminho normal, uma vez que “se espera de uma boa
formação que o pensamento do homem se inicie pelos sentidos, especialmente pelo
entendimento e posteriormente forme sua razão, e finalmente se faça sábio.”
Melhor dizendo, o progresso natural do
conhecimento humano exige que primeiro o entendimento se forme, chegando pela
experiência a juízos intuitivos e, através destes, aos conceitos, mesmo que
estes conceitos sejam conhecidos seguidamente pela razão em relação com os seus
princípios e as suas conseqüências.
Bem, prometi que não adentraria no ato de
educar, contudo, não tenho como evitar um breve posicionamento. Temos, por
hábito, talvez seja da natureza humana, usar os lemes do prazer e do sofrimento
para educar os jovens. Essas coisas nos acompanham pelo resto da vida ou pelo
menos tem um grande peso. Assim, o próprio campo do prazer divide-se em
caminhos permitidos e proibidos, sendo alguns homens escravos do prazer, pois
sem ser conduzidos não encontram o estado intermediário.
Portanto, aqui digo que o simples ato que,
chamo transcendente, onde um princípio que rejeita os seus limites e propõe-se
até mesmo a franqueá-los, poderá aniquilar ou mudar o próprio campo ético,
colocando em risco a boa formação, transformando a pessoa, vivendo agora numa
democracia libertina ou tagarela.
Mas então, devemos ter em conta primeiro que é
apenas do entendimento que podem emanar conceitos puros e transcendentes; Na
verdade a razão não produz propriamente nenhum conceito, portanto, ela não faz
mais do que libertar o conceito de entendimento das restrições inevitáveis de
uma experiência possível, e desse modo procura estendê-lo para o além dos
limites do empírico, mas permanecendo em contato com ele.
Qual o Papel da Razão?
Qual o Papel da Razão?
A Razão é a Faculdade dos Princípios.
Poderíamos aduzir que a função principal da razão é conceber o incondicionado,
e assim procedendo, ela liberta as categorias da sua limitação.
A razão exige o seu uso transcendente, que seja aplicada fora do campo dos fenômenos - por um objeto em idéia no termo último deste emprego.
A razão exige o seu uso transcendente, que seja aplicada fora do campo dos fenômenos - por um objeto em idéia no termo último deste emprego.
Uso Puro (transcendental) - faculdade dos
princípios, das Idéias Incondicionais (Alma, Mundo, Deus).
Como simples conselho, não se deve construir
uma razão adquirindo saberes sem a intervenção anterior do entendimento, pois
assim as faculdades do espírito tornam-se mais estéreis em segundo lugar mais
corrompidas pela ilusão da sabedoria.
Mas os totalitários, autocratas começam a pensar pela razão mesmo que parcialmente construídas, sem ter uma razão formada, não fazendo o bom uso da intervenção do entendimento. Fazem o caminho inverso da construção do pensamento, pois sempre receberam ordens dogmáticas como regras ou princípio de entendimentos imanentes, sem que tivessem uma razão já formada e não conseguem a reflexão através de princípios transcendentes dados ao entendimento pela razão.
Mas os totalitários, autocratas começam a pensar pela razão mesmo que parcialmente construídas, sem ter uma razão formada, não fazendo o bom uso da intervenção do entendimento. Fazem o caminho inverso da construção do pensamento, pois sempre receberam ordens dogmáticas como regras ou princípio de entendimentos imanentes, sem que tivessem uma razão já formada e não conseguem a reflexão através de princípios transcendentes dados ao entendimento pela razão.
Na verdade o que acontece pela razão, prende-se
em que ela exige para um dado condicionado uma totalidade absoluta ao lado das
condições, e que ela faz assim da categoria uma ideia transcendental, para dar
uma perfeição absoluta à síntese empírica prosseguindo-a até ao incondicionado
que não se encontra nunca na experiência, mas unicamente na ideia.
Portanto, não busco alcançar o incondicionado,
limito-me a constatar que ele existe.
Milton Luiz Gazaniga de Oliveira
Milton Luiz Gazaniga de Oliveira
Neste último texto a razão ganha destaque. As questões transcendentais, s Uso Puro (transcendental) - faculdade dos princípios, das Idéias Incondicionais (Alma, Mundo, Deus). Conclui:
ResponderExcluir“Mas os totalitários, autocratas começam a pensar pela razão mesmo que parcialmente construídas, sem ter uma razão formada, não fazendo o bom uso da intervenção do entendimento. Fazem o caminho inverso da construção do pensamento, pois sempre receberam ordens dogmáticas como regras ou princípio de entendimentos imanentes, sem que tivessem uma razão já formada e não conseguem a reflexão através de princípios transcendentes dados ao entendimento pela razão.”