Na verdade a sociedade é uma síntese, mas aqui
não interessa saber ou analisar sobre essas partes/elementos, ou grau de sua
composição, mesmo que ela seja simples, tal como a horda, clã..., ou complexa.
Nem interessa estudar a sua coalescência. Importa destacar que a origem de uma
sociedade está no indivíduo, onde este é o elemento. Mas a sociedade não se
identifica com o indivíduo. Portanto, quem pensar que o Estado corrupto deriva
dos indivíduos também corruptos, não está plenamente certo. O Estado sintetiza os
fins da sociedade, mas não o individuo que por sua vez também não sintetiza a
sociedade. (Aqui não adentrarei nos conceitos de Estado, Sociedade...). Estou
diante de um pensamento que se socorre da biologia, química, sociologia,
psicologia..., e me intriga em pensar que “não há na célula viva senão
moléculas de matéria bruta” – Aliás, Emile Durkheim em As Regras do Método
Sociológico, Martin Claret, 2006, paginas 91 em diante, já teve essa
preocupação.
Certamente a biologia e a química-física se
relacionam num plano. Mas então o que importa é a composição que resulta das
combinações dessas partes.
Desse modo, me leva a raciocinar que “numa
sociedade o grupo pensa e age diferente do que seria se seus membros estivessem
isolados.” Como o hidrogênio bruto extraído de uma célula, que por si só não
explica essa vida. Portanto, um Estado pode ser a melhor parte de seu povo,
seja na administração, ética, moral, progresso, evolução, etc, ainda que seu
povo assim não seja. A biologia e as ciências físico-químicas são tal como
ocorre entre a psicologia (o indivíduo) e a sociologia em que apenas o
indivíduo em si mesmo não define a sociedade. Também não podemos partir somente
de moléculas brutas para explicar a função ou essência das células. Ocorre que
essa analogia se torna complexa. Todo o investigador que partir de um elemento
isolado para explicar o organismo pode errar, pois as combinações poderão ser a
causa eficiente. Portanto, a parte corrupta não explica o todo, e aquele que
não puder atirar a primeira pedra porque pecou, tem sim o direito de ver a
Composição/Estado, como a parte imaculada da sociedade. O Estado bem cuidado é
aquele que carrega os fins que por sua vez não deriva de uma ou algumas causas
individualizadas, pois representa a Célula Viva da Sociedade, esta enquanto
composição.
Então, os indivíduos são a causa da sociedade,
porém, as causas geram efeitos, mas nem sempre geram os fins.
Já Augusto Comte, sobre o progresso, aduz que
ocorre em melhorando continuamente a situação que se encontra, do teológico ao
metafísico ou abstrato para finalmente ao estado cientifico ou positivo. E essa
missão o Estado também deve perseguir em relação ao seu povo. (Durkheim, p.
104).
Prosseguindo, será o modo de se agrupar a causa
eficiente?! Podendo determinados indivíduos aos se agrupar dar vida nova?! Que
somente se realizou por razões individuais, ou seja, a individualidade dos
elementos brutos que se agruparam e combinaram na Célula Viva (gerando ou
compondo a nova Sociedade e Estado). Certamente, doravante tratar-se-á de um
tema complexo. Contudo o Estado deve ser preservado até então, como essência ao
povo.
Milton Luiz Gazaniga de Oliveira
Referente:
Emile Durkheim em As Regras do Método
Sociológico, Martin Claret, 2006.
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