domingo, 17 de janeiro de 2016

Sobre a Sociedade, o Estado, o Povo

Na verdade a sociedade é uma síntese, mas aqui não interessa saber ou analisar sobre essas partes/elementos, ou grau de sua composição, mesmo que ela seja simples, tal como a horda, clã..., ou complexa. Nem interessa estudar a sua coalescência. Importa destacar que a origem de uma sociedade está no indivíduo, onde este é o elemento. Mas a sociedade não se identifica com o indivíduo. Portanto, quem pensar que o Estado corrupto deriva dos indivíduos também corruptos, não está plenamente certo. O Estado sintetiza os fins da sociedade, mas não o individuo que por sua vez também não sintetiza a sociedade. (Aqui não adentrarei nos conceitos de Estado, Sociedade...). Estou diante de um pensamento que se socorre da biologia, química, sociologia, psicologia..., e me intriga em pensar que “não há na célula viva senão moléculas de matéria bruta” – Aliás, Emile Durkheim em As Regras do Método Sociológico, Martin Claret, 2006, paginas 91 em diante, já teve essa preocupação.
Certamente a biologia e a química-física se relacionam num plano. Mas então o que importa é a composição que resulta das combinações dessas partes.
Desse modo, me leva a raciocinar que “numa sociedade o grupo pensa e age diferente do que seria se seus membros estivessem isolados.” Como o hidrogênio bruto extraído de uma célula, que por si só não explica essa vida. Portanto, um Estado pode ser a melhor parte de seu povo, seja na administração, ética, moral, progresso, evolução, etc, ainda que seu povo assim não seja. A biologia e as ciências físico-químicas são tal como ocorre entre a psicologia (o indivíduo) e a sociologia em que apenas o indivíduo em si mesmo não define a sociedade. Também não podemos partir somente de moléculas brutas para explicar a função ou essência das células. Ocorre que essa analogia se torna complexa. Todo o investigador que partir de um elemento isolado para explicar o organismo pode errar, pois as combinações poderão ser a causa eficiente. Portanto, a parte corrupta não explica o todo, e aquele que não puder atirar a primeira pedra porque pecou, tem sim o direito de ver a Composição/Estado, como a parte imaculada da sociedade. O Estado bem cuidado é aquele que carrega os fins que por sua vez não deriva de uma ou algumas causas individualizadas, pois representa a Célula Viva da Sociedade, esta enquanto composição. 
Então, os indivíduos são a causa da sociedade, porém, as causas geram efeitos, mas nem sempre geram os fins. 
Já Augusto Comte, sobre o progresso, aduz que ocorre em melhorando continuamente a situação que se encontra, do teológico ao metafísico ou abstrato para finalmente ao estado cientifico ou positivo. E essa missão o Estado também deve perseguir em relação ao seu povo. (Durkheim, p. 104).
Prosseguindo, será o modo de se agrupar a causa eficiente?! Podendo determinados indivíduos aos se agrupar dar vida nova?! Que somente se realizou por razões individuais, ou seja, a individualidade dos elementos brutos que se agruparam e combinaram na Célula Viva (gerando ou compondo a nova Sociedade e Estado). Certamente, doravante tratar-se-á de um tema complexo. Contudo o Estado deve ser preservado até então, como essência ao povo.
Milton Luiz Gazaniga de Oliveira

Referente:

Emile Durkheim em As Regras do Método Sociológico, Martin Claret, 2006.

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