Curiosidades me leva diferenciar Santo
Agostinho de São Tomas de Aquino, mas sem exclusões ou conflitos entre esses
dois belos pensamentos.
- Agostinho adota uma postura ligada a Platão
ou neoplatonismo, apesar de suas angústias e preocupação com respostas
científicas para a fé: “Agostinho
introverteu conceitos de Platão, principalmente quando este define o homem como
uma alma que se serve de um corpo, admitindo a idéia de transcendência
hierárquica da alma sobre o corpo.” Ele valoriza as sensações: “O erro provém dos juízos que se fazem sobre
as sensações e não delas próprias.” (Solilóquios, pág 18).
- São Tomas de Aquino pode ser localizado na
doutrina, entre a razão e a fé, procurou conciliar a teologia Cristã com a
filosofia, em especial a Aristotélica, num plano mais racional
(intelectualismo), ou seja, a conciliação corpo e alma, ao contrário de Platão
que afirmava a dicotomia corpo e alma, enquanto Aristóteles dizia que corpo e
alma formam juntas as identidades do ser. Seu principal argumento tinha como
ideia o movimento primeiro, ou seja, o fato de o mundo estar em movimento foi
Deus que causou o primeiro movimento.
Diz ele que Deus pode existir sem o mal, apesar
do mal não poder existir sem o bem. Ele alerta: Cuidado com o homem de um só
livro. (mas eu nem tenho livro!!!)
Em resumo também afirma que a virtude não
elimina, mas regula as paixões, sendo assim a doutrina do Tomismo, cuja
característica é o intelectualismo, com a primazia do intelecto sobre a vontade,
com todas as relativas conseqüências. Ensina que o conhecimento é mais perfeito
do que a ação, porquanto o intelecto possui o próprio objeto, ao passo que a
vontade o persegue sem conquistá-lo. Esta doutrina é aplicada tanto na ordem
natural como na ordem sobrenatural, de sorte que a bem-aventurança não consiste
no gozo afetivo de Deus, mas na visão beatífica da essência divina. Diz ele que
acima do sentido há no homem, um intelecto. Este intelecto atinge, sim, um
inteligível, mas é um intelecto concebido como uma faculdade vazia, sem idéias
inatas - é uma tabula rasa, segundo a famosa expressão. E o inteligível nada
mais é que a forma imanente às coisas materiais. Essa forma é enucleada,
abstraída pelo intelecto das coisas materiais sensíveis, vice-versa. Segundo a
antropologia aristotélico-tomista, sobre a base metafísica geral da grande
doutrina da forma, a alma é concebida como a forma substancial do corpo.
A alma para o Tomismo é, portanto, incompleta
sem o corpo, ainda que destinada a sobreviver-lhe pela sua natureza racional;
logo, o corpo é um instrumento indispensável ao conhecimento humano, que, por
conseqüência, tem o seu ponto de partida nos sentidos.
Mas essas duas doutrinas têm influência na remissão dos pecados?! Por precaução, daqui não vou além, pois ainda que exista uma lógica nesse enfoque! (pois numa doutrina a remissão esta nas obras e na fé e para a outra apenas a fé bastará, até no ato de extrema unção seria suficiente para o perdão!!!)
Mas essas duas doutrinas têm influência na remissão dos pecados?! Por precaução, daqui não vou além, pois ainda que exista uma lógica nesse enfoque! (pois numa doutrina a remissão esta nas obras e na fé e para a outra apenas a fé bastará, até no ato de extrema unção seria suficiente para o perdão!!!)
- Então, prefiro finalizar “Sobre o Exercício
do juízo.”
Alertei ao meu cão tagarela que é bom
estabelecer o Exercício do juízo que é a faculdade de subsumir-se sob regras,
ou seja, se uma coisa entra ou não numa regra estipulada. O caráter distintivo
do juízo é o bom senso. Devemos impor certas limitações ao entendimento,
buscando nas regras do conhecimento. Ao contrário, não nos preservaremos dos
abusos dos outros ou de si mesmo. Por exemplo, aos médicos deixamos em suas
mentes as regras patológicas, pois se adotamos de modo leigo, passaremos ao
doentio entendimento, faltando capacidade técnica de julgar e exercer esse tipo
de juízo em exemplos e casos reais. Compete ao profissional do direito as
regras jurídicas. Mas mesmo que o profissional esteja inserido dentro da área
de uma ciência, pode ao pensar em ser profundo conhecedor simplesmente falhar
ao utilizar essas regras, ainda que possua entendimento. Portanto, nas coisas da fé prefiro de deixar
com os teólogos, em defesa do exercício do meu juízo!
Milton Luiz Gazaniga de Oliveira
Sobre a fé, Santo Agostinho e São Tomas de Aquino, não podem ser ignorados quando se escreve sobre a imanência ou a transcendência da alma. Um belo debate sobre os sentidos e a razão. Agostinho valoriza as sensações: “O erro provém dos juízos que se fazem sobre as sensações e não delas próprias.” São Tomas diz que acima do sentido há no homem, um intelecto.
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