sábado, 27 de fevereiro de 2016

O Assédio Moral, Preconceitos, Bullying, ou nada disso ocorre na Política. Cadê a Justiça Eleitoral?!

Neste assunto o meu sentimento é de que nos horários políticos gratuitos virou costume de certos políticos e doutrinadores classificarem eleitores por ideologias para atingir supostamente aqueles que votaram em determinados partidos adversários. Utiliza-se de palavras e jargões, tais como: “os preconceituosos, os intolerantes, as elites, os imperialistas, os egoístas, os conservadores, os radicais, os de direita; ou mesmo, os revolucionários, de esquerda, os guerrilheiros, os socialistas, os comunistas”, entre outras palavras que aqui não seria prudente escrever, etc.
Jogam palavras ao vento, mas com endereço certo, porque é no vento que o veleiro navega até o destino!
Pergunto, se tais signos linguísticos (palavras) utilizados devem ser purificados apenas na Política. Somente aí estaria autorizado?! Já que se praticados entre os indivíduos ou no âmbito particular se constituiria em assédio moral, preconceito, bullying ou determinado tipo penal! Uma vez que para nós, simples cidadãos, há uma intensa purificação, não mais de modo natural, mas contextual de ordem penal, de criminalização mesmo!
No entanto, devemos constatar que periodicamente, surgem determinadas Filosofias ou correntes filosóficas com a preocupação de “purificar” a linguagem com a finalidade de servir de maneira dócil às representações conceituais. Portanto, pergunto aos filósofos das lingüísticas, se os termos e linguagem assim manifestadas constituem ou servem à purificação de uma suposta ciência política!? Eu imaginava que a linguagem perfeita para o pensamento político seria as mesmas de outras ciências e, particularmente, a da matemática e a da física, bem como de determinadas disciplinas e profissões.
Caso contrário, se não tivermos essas palavras autorizados pelo sistema lingüístico dito purificado, não tenho dúvidas de que os eleitores são tolos e estão sendo vítimas desses estereótipos preconceituosos, eis que são chamados de intolerantes, elites, preconceituosos, de direita, ou radicais, de esquerda, revolucionários.... Claro, pensam assim que na política tudo é permitido! Em nome dessa linguagem que penso seja ofensiva, supostamente utilizada para encantamento-sedução. Não pensam no mal que fazem para os indivíduos e à democracia que fica sem o bom debate. Os embates democráticos deveriam se utilizar dos meios esclarecedores para se chegar aos fins como se pretende administrar o governo e nação. Nesse momento é que os partidos deveriam expor seus planos a executar no governo, deixando o eleitor esclarecido.
 Warat assim ensinou:
"a língua é um sistema em que todos os termos são solidários e em que o valor de um,  resulta a presença simultânea de outro
Assim os signos estariam em três nível:
I- sintaxe- relação dos signos entre si;
II- semântica- o que eles descrevem
III- pragmática- depende onde eu digo, o contexto.”
WARAT, Luis A.,  ROCHA,  Leonel  5.  e CITTADINO,  Gisele.  O direito e sua  linguagem.  2~ versão,  Porto Alegre,  Sergio Fabris Editor, 1984.
Portanto, se chamo ou denomino fora da política individualmente determinada pessoa ou grupo com semelhantes signos, certamente serei processado, pois a pragmática do contexto não permite.
Ressalto que o Assédio Moral sai da política e se estende até na repartição pública em que a capacidade e qualidades não são levadas em conta, mas a existência ou não dos atributos linguísticos pejorativos como acima relatado na pessoa excluída o incluída nas funções ou chefias. Então, muitas vezes ultrapassa o âmbito político adentrando no funcional.
E a política com suporte na democracia que em tese preza pelo bom debate de idéias e planos governamentais de criação e execução das coisas públicas, vem obscurecida por um contexto dito pragmático, mas por mau costume, contendo signos  estereotipados e pejorativos, assediador ou provocador de bullying lingüísticos.
Mas isso, mesmo dito na política, não se constituiria também em preconceitos, assédio moral, bullying, ou tipo penal?! Acho que sim, e vocês não?! Ou tudo é permitido, sendo proibido proibir em nome da suposta liberdade democrática e de conquistas do poder com palavras que seriam “inocentes”, e de apenas encantamento-sedução!
Portanto, devo esquecer meu direito individual em não ter minha honra, o moral ofendido enquanto que a política pode se utilizar de uma linguagem pejorativa contextualizada numa suposta ciência política e dita praticada em nome da democracia?!
Não, eu me julgo, em minha honra subjetiva,  não pertencer a qualquer elite, não ser intolerante, nem comunista ou egoísta, nem revolucionário..., e não poderei votar naqueles que hoje assim dizem. Sou brasileiro, não sou bolivariano, norte americano, russo, chinês ou qualquer um. Não necessito defender causas de regimes alhures, como muitos se envolvem com causas fora do âmbito da soberania nacional. Para tanto, podem até entregar parte da nossa pátria até territorialmente falando, uns numa verdadeira ingenuidade e tolice perigosa e outros ardilosamente!  Portanto, será que não posso exigir minha reparação moral ao meu inalienável direito em votar livremente em qualquer partido ou sigla sem essa pecha?!
Será que apenas nas urnas devemos acabar com politiqueiros fabricantes de estereótipos pejorativos!? Ou devem receber penalidades pela justiça eleitoral, ainda que seja a simples proibição de participar nos horários gratuitos, quando assim se portarem. Usam isso para criar uma consciência coletiva e atingir o nosso psicológico. Por isso ferem severamente meu psicológico, procuram me modelar, assediando minha moral política com tais expressões, uma vez que não pertenço a referido contexto! Porém insistentemente querem me formatar assim, mas não sou tolo e não tolero mais!
7.2.2 A moral
Durkheim afirmava que o fato social é produzido pela consciência coletiva, considerada exterior e superior às consciências individuais. Neste contexto, o indivíduo não é propriamente livre, pois é suscetível de um comportamento comum, relacionado ao seu meio. É um objeto da moral individual e coletiva, da coação oriunda das consciências que o rodeiam. Já foi dito que “o homem é um ser social” (Hobbbes, Locke, Montesquieu, Condorcet teceram importantes teoria de como se comportam os homens como seres sociais), “i. e.”, necessita do contato com outros seres de sua espécie. Existe um impulso que o leva a coabitar. Portanto, deseja a aprovação dos que o rodeiam. As atitudes relativas a discriminação, ao assédio moral, geralmente oriundas de mentalidades doentias – a história já o comprovou podem até em um primeiro momento achar guarida entre pessoas menos esclarecidas, mas com o tempo tendem a alcançar o patamar do repúdio, do asco, do desprezo.
Ao final registro: Mas a democracia não é um embate de programas e idéias, fiscalização, visibilidade e legibilidade no governo?! Ou se resume nisso que relatei, em meras ofensas em nome da liberdade democrática, uma vez que esta se distingue das liberdades individuais ou coletivas, ou da liberdade de reuniões e da livre expressão?! Não sei..., e que os sábios decidam!

Milton Luiz Gazaniga de Oliveira

Um comentário:

  1. Uma dura crítica à linguagem! Politicamente correta para uns e condenável vindo de outras ideologias! Sendo também uma abominável forma de discriminar.

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