Certamente
para os que adotam a liberdade e abominam a dependência, não seria de bom grado
a adoção da quarta lei natural ensinada por Hobbes, p. 111: “quem recebeu um
benefício de outra pessoa, por simples graça, deve esforçar-se para não dar ao
doador motivo razoável de arrependimento por sua boa vontade. Sendo toda dádiva
voluntária, quem faz um benefício pensa, sempre, em beneficiar a si mesmo;”.
Na
verdade esta quarta lei se presta para garantir a benevolência, coisa a que
ninguém é obrigado por contrato, mas que é útil à convivência harmoniosa.
Assim, quem recebe o benefício deve cuidar-se para não se tornar indigno. Mas
na política eleitoreira quer me parecer que o conceito é outro, ou seja, o de
facilidades entre correligionários, sendo uma prática rotineira de favores e temos
que mudar esse mal, ensinando virtudes ao regime.
Baseado
em Montesquieu Do Espírito das Leis, afirma ele em resumo que “a república mais inclinada à virtude, a
monarquia mais a honra e no estado despótico o medo/temor (arma-força).”.
Mas aonde reside a virtude na democracia? Pois neste sistema governamos e somos
governados por nós. Ocorre que na Democracia, a virtude deve ser exaltada. Montesquieu:
“Porque é claro que, em uma monarquia
onde quem manda executar as leis se julga acima destas, necessita-se menos
virtude que em um governo popular, no qual aquele que manda executar as leis,
sente que ele próprio a elas está submetido, e o peso delas terá de suportar”
p. 35.
Os
probos em qualquer sistema devem ser venerados, mesmo que a probidade se
constitua num dever, contudo, vem qualificada na democracia. Nossa Constituição
positivou princípios administrativos, formando a sigla LIMPE: Legalidade,
Impessoalidade, Moralidade, Publicidade,
Eficiência.
Estes
princípios pedem pessoas probas no governo e acrescentam aos demais fatores
reais no sentido de uma verdadeira prática democrática que devem ser cultuados na coisa pública.
Milton
Luiz Gazaniga de Oliveira
Alertando sobre a quarta lei natural ensinada por Hobbes, p. 111: “quem recebeu um benefício de outra pessoa, por simples graça, deve esforçar-se para não dar ao doador motivo razoável de arrependimento por sua boa vontade. Sendo toda dádiva voluntária, quem faz um benefício pensa, sempre, em beneficiar a si mesmo;”.
ResponderExcluirEm que pese ser uma máxima da benevolência, todavia na política é usada e distorcida.
Já na democracia a virtude consiste que em um governo popular, no qual aquele que manda executar as leis, sente que ele próprio a elas está submetido, e o peso delas terá de suportar.