O amor, o sexo do casamento, a procriação (hereditariedade
ao trono), o belo, disso seria possível extrair uma constituição política
insuperável?!
Na história da humanidade sempre se procurou a conquista pelas guerras e conseqüente dominação. Muitas vezes os reis, príncipes, tiranos..., substituindo batalhas, procuravam conquistar pelos laços matrimoniais hereditariedade, para estender ou assegurar seu reinado ou principado. Assim, conquistar pelo sexo, pelo Belo, casamentos e filhos entre diversos povos, eram formas de ter o poder, garantindo o trono e ou estender o seu território, através dos laços de família.
Mas agora falo também de outras formas de Amor,
também o das paixões. Morrer um pelo outro.
- Estado Nepotista
Havia dito (os filósofos) que se fosse possível
formar um estado ou um exército composto exclusivamente de amantes e amados
(falo da diversidade de gênero no mundo de Platão), assim se obteria uma
constituição política insuperável, pois ninguém faria o que fosse desonesto, e
naturalmente haveria o estímulo pelas belas coisas. E a vitória sobre os
inimigos, seja a corrupção, o crime..., seria inevitável, pois um(a) amante
jamais deixaria o seu amado(a) lutar sozinho(a), já que preferiria a morte.
(Apologia de Sócrates – Banquete pág. 104).
Uma utopia, pois poderia existir mais de um
amor, mais de uma Afrodite e Eros. Assim como um amor do corpo pela sedução e
não da alma. Bem, se o amor tiver uma definição simples, certamente ele terá
utilidade, porém não na democracia em que é composta de diferenças. Talvez o
amor sirva numa comunidade altamente coesa para expulsar corruptos e tiranos.
Mas após isso se transformaria num nepotismo, o amado(a) prestando favores ao
amante, o qual é um Estado de puro amor, mas um amor de injunções apenas das
duas metades (como adiante falarei) e que julgo incompatível com a democracia e
a coisa pública!!
- As Várias formas de Amor
Mas o amor tem várias formas, apesar de ter origem do mesmo elemento simples, porém, ele toma determinadas molduras, tal como o barro para o oleiro o qual poderá com o mesmo produto dar as mais diversas identidades: a panela, o vazo, o balde... Assim a maneira de amar se altera e isso também torna singular cada amor.
Vejamos a origem disso tudo.
Bem, já foi comentado sobre a fase inicial da existência da matéria, onde relatei a sopa primordial, que na verdade originou o Paraíso, onde tudo era abundante, um banquete!...
Ocorre que o criador, tal como o oleiro, diante das substâncias abundantes idealizou arquétipos e os substancializou em humano. E com razão parcial “A madame Bourignon, mulher muito piedosa, tinha certeza que Adão era hermafrodita, como os primeiros homens do divino Platão.” (hermafrodita – Hermes mercúrio; Afrodita – Vênus).Tem coisas que pertencem ao conhecimento científico puro e outras às ciência práticas- política, religião...! Mas ainda que Voltaire não tivesse querido tomar partido dessa afirmação duvidosa, eu a utilizo!
Ocorre que Adão ao residir no paraíso, ele
mesmo se bastava, pois, ainda que no estado intermediário entre a matéria e o
espírito, o amor era único (ainda não dividido com a mulher). Antes da mulher,
esse era o verdadeiro Antigo Estado Natural do Homem (e não o Homem no Estado
Natural romântico de Rousseau ou degenerado de Hobbes...!).
Mesmo Platão relata a ocorrência da diversidade no discurso de Aristófanes: “Outrora a nossa natureza era diferente da que é hoje: Havia três sexos humanos e não apenas, como hoje, dois: o masculino e o feminino – mas acrescentava-se mais um, que era composto ao mesmo tempo de dois primeiros, e que mais tarde veio a desaparecer, deixando apenas o nome: andrógino.”
Mas o criador criativo fez a mulher (ou ao contrário, primeiro existia a mulher?!) e deu no que deu, o amor tomou nova forma, a humana com novas injunções, e foram expulsos do paraíso.
Ora, de um humano no antigo estado natural completo em si mesmo, com as duas metades unidas, passou a ser dividido com a nova criação da companheira, e o humano não mais encontra em si a plenitude, procurando a outra parte.
Assim, o amor também tomou formas terrenas com
seus substratos e acidentes. Contudo, sem jamais perder a existência ou
referencia na forma simples e original da criação celestial, enquanto culto ao
criador e do verdadeiro Antigo Estado Natural (Adão no paraíso), onde cabe a
cada um o seu próprio amor ou perfeita felicidade. Doravante nessa incessante
busca em estar no mais completo amor.
Milton Luiz Gazaniga de Oliveira
Trata-se de um percurso encantador, sendo a razão primeira da humanidade:
ResponderExcluirAs conquistas pelo amor que substitui a guerra. As formas de amor. O Estado nepotista; As Várias formas de amor.