sábado, 6 de fevereiro de 2016

Sobre Opinião e Idéia. O Mito da Caverna.

A opinião muitas vezes se transforma em “doxa”. Mas é um dos modos pelo qual cada um exprime suas preferências, gostos, interesses, sentimentos. Em certas ocasiões ingenuamente me incluo neste tipo: por exemplo, a democracia tagarela, muito utilizada pelos sofistas, condenada desde então por Platão.  A opinião muda muito, variando de pessoa para pessoa, ora afirmando ora negando a mesma coisa, se inclinando em retórica. Torna-se perigosa quando damos por vencedor quem melhor souber persuadir e conquistar a opinião alheia, pois poderá não ser a “melhor idéia”. Por isso difere da epistemologia que cuida do grau de certeza do conhecimento humano. Mas por isso que o mundo das idéias se constitui na melhor opção, pois sobre elas surgem os debates, já que não são simples cogitações presentes na mente, mas realidades que existem por si mesmas, independente do pensamento e de todas as coisas materiais. Como na alegoria da caverna que está além do mundo sensível. Através de uma abertura a luz passa por um orifício vindo de fora da caverna, mas imperceptível diretamente aos olhos do observador que se encontra amarrado de costas ao mundo sensível, mas vendo apenas a luz refletir nas paredes interna da caverna, as vezes observando os movimento das sombras, ocorre que a luz ao incidir sobre as pessoas e coisas animados e inanimados no lado externo, reflete/produz a sombra deles e também seus movimentos refletidos no interior da caverna, fazendo com que esses objetos ou seres materiais (do mundo sensível) se transformem em meras aparências/sombras.  Assim sendo, permite que a verdadeira realidade dos habitantes da caverna de costa para o mundo sensível, seja pensada a partir desse modelo de sombras, “sendo para eles a própria realidade, então fornecida pelo mundo das idéias que fazem”. Então para os que estão na caverna corresponderia o lado exterior da caverna, formando arquétipos e a realidade por eles concebidas como verdadeiras, e fixada no mundo das idéias, estando além do mundo sensível.
- Ao me aposentar certamente estarei fora do mundo das idéias (fora da caverna dos processos), no lado externo da caverna (no mundo sensível). Todavia, quando voltar para a caverna visitar os Colegas que ainda estão lá, e ao revelar a eles, antigos companheiros, a situação extremamente enganosa em que se encontram e correrei, segundo Platão, sérios riscos, desde o simples em ser ignorado até, caso consigam, ser agarrado e morto por eles, que me tomarão por louco e inventor de mentiras. (Kkkk...)
Então, para não correr esse risco, o melhor desses dois mundos é o das idéias. Viver no plano das idéias, pois sem riscos  ao corpo do Ser sensível. Na verdade, no mundo das idéias, permito pensar que ao mundo material só temos acesso por meio da razão e que sempre no plano da realidade estão às idéias, muito além do mundo sensível.
- Na minha “opinião” a diferença entre o Velho e o Gênio está em que o Velho sempre relembra o passado e o mal dos gênios está em esquecerem facilmente o passado, ou melhor, temos que relembrá-los, uma vez que vivem no mundo transcendental/metafísico! Bem, essa é minha opinião! Então consegui distinguir o mundo das idéias e das opiniões, cujos argumentos foram aceitos tacitamente pelo pássaro que pousou na árvore em frente, me ouvindo!

Milton Luiz Gazaniga de Oliveira

Um comentário:

  1. Reproduzi a mais apreciada alegoria – O mito da Caverna. O tema demonstra a flutuação das opiniões uma vez que não carrega o grau de certeza do conhecimento humano. Discorro sobre as idéias como realidades que existem por si mesmas, independente do pensamento e de todas as coisas materiais, enquanto ponto central do pensamento de Platão eternamente insuperável.

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