terça-feira, 22 de março de 2016

Urnas eletrônicas, outro erro?! O Voto na Democracia visível e legível.

Não há como acusar alguém de desonesto, mas indagar se numa democracia visível e legível, que me refiro em diversos textos deste Ut Quid - será honesto manter o sistema eleitoral apenas virtual? Sem prova substancial/documental do registro do voto em papel assinado, numa urna física em separado para conferência de veracidade em sede de eventual impugnação. Ou seja, penso, smj, que há falta de demonstração para poder investigar a veracidade, enquanto fundamento de métodos científicos, seja ele empírico! Apesar de possíveis e respeitáveis discordâncias, minha resposta se inclina em dizer que um sistema eleitoral em que o voto não pode ser conferido física/materialmente, encontra-se desprovida de correição e de confiabilidade. Penso que referido sistema encontra-se despido de ciência, sendo apenas um mero “juízo” de aprovação ou não de candidatos. E concordaria com Aristóteles mutatis mutantis, em que disse: “ciência não, porque deveria poder-se demonstrar; nem arte ou sabedoria, porque estas ocorrem nas coisas que podem ser diferentemente. E também pouca sapiência: porque é próprio de que é sapiente em alguma coisa, dar-lhe a demonstração.” (p.86). Destarte, destoa do conceito supra, nem ciência ou outra coisa. Não adentrarei no campo da possibilidade ou não de ocorrer violações das urnas ou de votos eletrônicos através de quebras de senhas criptografadas (uma vez que poderosos robôs podem rastrear bilhões de possibilidades de senhas). Nem haveria como imputar culpa a determinadas pessoas ou autoridades. No entanto, penso haver equívoco na aplicação do conhecimento técnico científico, diante de duas disciplinas acadêmicas ou de ciências de áreas diversas, uma a informática, invadindo tecnica e preponderantemente o campo do conhecimento da outra, ou seja, da política,  mais do que o permitido, uma vez que vai além do campo interdisciplinar.
Em resumo, numa democracia visível e legível na qual se venera o voto como sua expressão máxima do poder do povo, fica ferida de morte a visibilidade e legibilidade do sufrágio, ou se preferir a comprovação da legitimidade popular. A falha não está na ciência de dados eletrônicos, por trata-se de uma disciplina, em regra, da abstração, uma vez que, salvo engano, se utiliza da lógica. O problema que a referida ciência invade de modo além da interdisciplinariedade a outra disciplina prática e suplantando a essência da política enquanto também reconhecida como ciência. Mesmo que admitíssemos não ser a POLÍTICA essencialmente teórica, e isso realmente ocorre, uma vez que o voto envolve o seu momento prático e empírico do sufrágio. E em tal instância deve ser preservado a prova e contraprova.  Assim, há erro nas eleições, pois não há provas ou vestígios dos votos para serem conferidos e a fase empírica do sufrágio fica entregue nas mãos de outra ciência abstrata, ainda que fundamentada na lógica! Opino de igual modo como muitos já se manifestaram, que deveria haver pelo menos a impressão documental depositada em urnas físicas, garantindo a prova da legitimidade do sufrágio.

Milton Luiz Gazaniga de Oliveira

2 comentários:

  1. "penso haver equívoco na aplicação do conhecimento técnico científico, diante de duas disciplinas acadêmicas ou de ciências de áreas diversas, uma a informática, invadindo tecnica e preponderantemente o campo do conhecimento da outra, ou seja, da política, mais do que o permitido, uma vez que vai além do campo interdisciplinar."

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  2. Gente, falam tanto em fraudes nas urnas eletrônica, claro, muitas reclamações são fake News. Respondo: Não sei! Mas pergunto: Será que custa muito colocar voto impresso concomitante com a urna eletrônica!? Claro que custa muito sim! Mas seria bem menos do que pairar dúvidas sobre a legitimidade dos votos e eleição, e então a possível corrupção! Pelo menos teríamos a prova concreta do voto! As urnas físicas de lona acredito que ainda temos em grande quantidade, se não tivermos, não custa confeccionar, pois até presidiários, por exemplo, poderiam realizar trabalhos de confecção/costuras, ou mesmo o exército. Já as impressoras pequenas possivelmente não teriam um custo tão elevado. Assim, o resultado eletrônico do pleito seria rápido como agora, quase imediato e a contagem física dos votos armazenados e guardado, mediante solicitação específica, de partidos, de candidatos e ou interessados através de justificativas. Ou estou errado?!

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