domingo, 26 de junho de 2016

O Fluxo

Devemos regular o comportamento humano sobre a natureza, pois em regra a natureza é a mãe do fluxo.
- Percebemos que a natureza ela mesma com o tempo pode mudar, obedecendo a Constância da mudança, num fluxo gradual e por exceção violenta (furacões, tempestades...).
Vivemos aproveitando o fluxo da natureza, seja da água, do vento, do fogo, das plantas e riquezas sobre a terra, da pressão atmosférica, das ondas magnéticas e também pela incidência dos raios solares...
Daí o comportamento humano deve se inserir no fluxo da natureza, criando técnicas com estabilidade no fluxo das coisas.
Portanto, as leis naturais e as convenções humanas estão relacionadas, apesar de certas leis humanas estarem focadas entre pessoas em si (Os mandamentos: não matarás, não furtarás...).
Por outro lado, observamos a inalterabilidade das coisas essencialmente da natureza, pois são em regra inalteráveis em determinados núcleos. Por exemplo, quando construímos uma barragem sabemos que as coisas que a natureza fez, no caso o fluxo das águas, tem seu curso inalterável. Não esquecendo que o fluxo ocorre mais sobre a superfície, nunca na base em si mesma, pois a base serve para dar estabilidade. Desse modo, o fluxo que seguimos é em regra conduzido por ajustes tecnológicos e de relações que provocam mudanças de preferências estáveis através do núcleo essencial do fluxo. Vejamos, não podemos construir uma barragem para gerar energia pelo volume e pressão contidos ou captar água com o dique feito no ponto mais elevado do cume de uma montanha, senão aproveitar, na medida, o fluxo vindo dela. Assim como a luz solar construindo equivocadamente espelhos de dispersão (convexos) para concentrar a energia, salvo para ampliar a visão... Mas o movimento contínuo de coisas, grupos, pessoas, sem que haja uma base, um Estado, por exemplo, certamente, nem uma sociedade ou pessoas poderiam transitar, pois a base é que concentra a energia ou o potencial dos seres inanimados e dos sensíveis. Portanto, o Estado é a base e o potencial do fluxo das pessoas. Se a luz do sol permanecesse em fluxo (movimento) não produziria energia, senão após colidir com a base terra. Nem a água geraria energia elétrica sem a base de estabilização da barragem. Por exemplo, um contínuo movimento social seria um fluxo sem o aproveitamento da energia natural de vindicação, salvo em contentar ser como as tempestades imprestáveis. Nesse errôneo movimento social não haveria ato, ou haveria ato falho, senão apenas uma potência de vindicar dispersa. Um típico exemplo seria um movimento de reforma agrária sem objeto, pois sem uma base seja agrária ou social justificável ou ainda de aptidões dos elementos agrupados. No entanto, pode existir um quadro ainda pior, ou seja, uma reforma agrária sem resultados emancipatórios (sem a emancipação social ou individual do assentamento agrícola). Seria um movimento contrário ao movimento natural e identificado como hipótese naturalmente refutável, uma vez que o fluxo do movimento aceitável  será o de emancipação do projeto enquanto ato naturalmente desejado. Nesse exemplo, deporia severamente contra a “mecânica social” defendida por seus seguidores, ou seja, notória falha na pretensa superação da razão, esta enquanto coisa individual, pela força maior contida na consciência coletiva do movimento, enquanto somatório de todos os indivíduos – “o todo”. Nesse exemplo, em caso de fracasso, os elementos ficariam presos ao todo dessa mecânica social , sem liberdade de novas combinações de movimentos, num regime totalitário de grupo. Todavia, é natural que os elementos, ou seja, os indivíduos possam em regra geral ser acolhidos na liberdade e destinados para servir em novas composições segundo suas habilidades, transmudando o fluxo sociológico ao psicológico com “liberdade”. Resta dizer que,  em regra, quando falham as ideologias, permanecerá o último elemento (o indivíduo) como sendo o elo a ser libertado, preservado, resgatado e aproveitado no fluxo racional das coisas. Portanto, o fluxo e a estabilidade guiam o social e o individual, cujas técnicas alicerçam a maioria das decisões, até as morais que se relacionam aos fatos bons, os preserváveis e alertando sobre o perigo dos decadentes.

 Milton Luiz Gazaniga de Oliveira

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