O
Crítico Schopenhauer disse: “O Homem Pode Fazer o que Quer, Mas Não Pode Querer o que
Quer”.
Evidentemente que eu poderei fazer
o que quiser, salvo as consequências que alguns fatos me trarão!
Neste texto façamos um destaque
da vontade. Então, nada mais real do que o vontade?! O pensador coloca a vontade
geral no sentido do irracional enquanto instinto de conservação, mas que também
se apresenta como fonte do nosso sofrimento no momento em que o desejo da
vontade não realizado sempre causa sofrimento. E para ele a vontade é uma
representação da realidade, pois o objeto é o que queremos que seja.
Contudo, não poderei "querer o
que quer", uma vez que tal propósito encontra-se no âmbito dos desejos, da
ambição, e está ainda no apetite
sensitivo que pode estar fora de mim, havendo
resistências externas ao querer, e eu não saberia dizer se a realidade é sempre
contingente (causal) da vontade. Bem, daí em diante adentraria no campo de outras
ciências, a psicologia, psicanálise, linguística..., por exemplo.
Disse Schopenhauer::
"Quanto mais claro é o conhecimento do homem – quanto mais
inteligente ele é – mais sofrimento ele tem; o homem que é dotado de gênio sofre mais do que todos.”
Sim, sofre mais, pois a vontade
fica delimitada pela reflexão, ou seja, quanto mais irracional a vontade, menor
o sofrimento pois há mais realizações da vontade geral no plano irracional. Quanto
mais delimitada a vontade pela inteligencia/reflexão, maior o sofrimento por não poder realizar essa
vontade geral.
“...e completamente cientes de que aqui cada um é punido
por sua existência, e cada um a seu modo” P. 124. (Arthur
Schopenhauer. Da Morte, Metafísica do Amor, Do sofrimento do Mundo.)
Perfeito Schopenhauer, mas eu adentro
um pouco no existencialismo para sair do
seu pessimismo enquanto supremacia da vontade para falar da igualdade, hoje em
voga: Digo que a igualdade deve ir no mínimo até o ato de existir por existir. Desse
modo concordo que desejamos ser punidos pelo menos cada um de acordo com a sua
existência, e assim na simples existência somos todos iguais, e a lei natural e
convencional deve preservar essa primeira medida. Todavia, a diferença começa a
seu modo e de acordo com a essência que conseguirmos. Daí, preferimos ser acalentados
ou punidos na medida da existência somado nossas essências como atenuantes para
que possamos ter a dose certa de sofrimento ou dele se livrar. Mas vejo que o
gênio fixou essência, e por isso terá a devida atenuante seja no campo do fazer,
pois fez o que quis de forma condicionada, reflexiva, ainda que sofra mais na
esfera do querer ao perceber que suprimiu sua vontade geral e irracional enquanto
incondicionado e que poderia ter lhe trazido mais prazer. (Obs. o incondicionado muitas vezes me refiro como razão transcendental, mas aqui limito essa palavra enquanto apropriada pelo signo de irracional).
Schopenhauer no seu raciocínio diz
que o caminho da libertação do sofrimento está em viver um mundo mais estético
e contemplativo, consciente da
existência de uma vontade irracional, podendo numa etapa seguinte levar ao
desapego material numa purificação ascética, suprimindo ou desprezando a própria vontade...
Milton
Luiz Gazaniga de Oliveira
(texto
sujeito a alterações)
Nenhum comentário:
Postar um comentário