sábado, 10 de setembro de 2016

A Substância da Nação

O cuidado ao escrever sobre determinados temas reside na possibilidade dele ser classificado dentro de uma linha de pensamento.
Posso dizer que o “Espírito da Nação” se faz presente na sua formação cultural, histórica, usos e costumes, em especial na capacidade intelectual. Esta enquanto responsável pela manutenção e desenvolvimento desses traços contidos no referido Espírito da Nação.
Por outro lado, posso também afirmar que a “Substância da Nação” pode estar contida no seu território, nas condições e diversidade do clima, recursos naturais que possibilitem o surgimento dos produtos, bens e serviços. Encontra-se ainda nas características do seu povo, nas suas etnias (o termo etnia aqui usado sem a conotação de raça, mas nas maneiras de agir, habilidades e de se expressar), etc. Com isso devo exaltar o Brasil como sendo uma sociedade aberta e plural, não havendo lugar ao totalitarismo de esquerda ou direita, seja socialismo, capitalismo ou qualquer matriz ideológica unitária. Como justificativa desse ponto lembro-me de Platão na sua república em que defendia a ideia de uma sociedade fechada, fundamentado no combate a degeneração do mundo sensível ou pelo menos ele queria amenizar o afastamento do seu modelo original (a ideia pura). Então Platão dava um modelo na sua república, defendendo uma sociedade de classes, pois cada classe exerceria suas funções sendo vedado se imiscuir nas tarefas uma das outras (ao carpinteiro a tarefa de carpintaria, ao sapateiro a sapataria), combatendo a degeneração no mundo sensível dos homens e das coisas. Tal pensamento platônico originou inúmeras e pesadas criticas a tais supostas e subsequentes sociedades, sendo também rotuladas como sociedades racistas e ou fechadas. Veja, pois Platão formulou a ideia de que os casamentos se dessem no seio da própria classe: “É preciso, de acordo com o que estabelecemos, que os homens superiores se encontrem com as mulheres superiores o maior número de vezes possível, e inversamente, os inferiores com as inferiores, e que se crie a descendência daqueles, e a destes não, se queremos que o rebanho se eleve às alturas, e que tudo isto se faça na ignorância de todos, exceto dos próprios chefes, a fim de a grei dos guardiões estar, tanto quanto possível, isenta de dissensões.” (Platão. A República, Martin Claret, 2004, pág.154-155). Portanto, num sério combate ao modelo platônico, determinados pensadores viram nisso um pensamento nacionalista e ainda totalitário enquanto origem de uma sociedade fechada e quiçá racista.
Portanto, se foi ou não um pensamento aplicado no passado por determinados povos, ou apenas uma coincidência circunstancial, o fato é de que no Brasil o povo não tem qualquer traço étnico de segregação, seja pela sorte ou espírito cultural. E, portanto, tornou-se mais um elevado fator substancial de um povo diversificado.
Assim, nosso povo e território, enquanto recursos materiais/substanciais de uma nação têm-se como fértil o que possibilita dizer que detém as características de uma sociedade aberta e plural (exceto casos pontuais de segregações afastados e ou dirimidos através de leis suficientes), retirando a razão dos discursos genéricos de ideologias farsantes e impostoras que veem segregações ao pregar falácias destoantes do espírito e da substancia da nação, levando “cabeças ocas” em optar por disfarçados métodos ideológicos usados em países de lideranças únicas, supostamente em nome de um coletivismo, porém, opressores e totalitários. Aqui ainda falhamos e devemos melhorar a transparência, visibilidade e legibilidade dos negócios e coisas públicas.
 Milton Luiz Gazaniga de Oliveira


(texto sujeito a alterações e correções)

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